O novo filme do diretor inglês tem um grande elenco, produção cara mas cai na armadilha do correto mas não empolgante

Na verdade é um grande déjà vu, uma trama previsível e um acabamento meio óbvio para quem já teve em seus grandes momentos filmes como O Gladiador, Blade Runner, Thelma e Louise, Alien, o oitavo passageiro, entre outros sucessos. Talvez a perda do seu irmão Tony Scott, que cometeu suicídio em agosto de 2012 ainda abale o diretor, por serem tão ligados e, em muitas vezes, se ajudarem durante as produções que estavam trabalhando.

 A vida segue, mas parece que o charme e a ousadia de antigamente não estão presentes nas recentes obras de Ridley Scott, apesar de em O Conselheiro do Crime (FOX), não faltem estrelas no elenco e nos bastidores, dinheiro para produzir e dirigir um quase suspense, quase violento e quase interessante. O time é de primeira, tem Michael Fassbender (X-Men primeira classe, Bastardos Inglórios), Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas), seu atual marido, Javier Bardem (Onde os fracos não têm vez, 007, Operação Skyfall), Cameron Diaz (As Panteras, Gangs de Nova York) e  Brad Pitt (Os doze Macacos, Sr e Sra Smith, O Curioso Caso de Benjamin Button, Bastardos Inglórios), nenhum deles é amador, o problema é a falta de pulso na direção. Apesar das intermináveis interferências do diretor, parece mais que os atores se guiaram pelo texto, um competente roteiro escrito por Comarc McCarthy (onde os fracos não têm vez) cheio de diálogos e explicações coerentes com a história, mas que na realização viraram intermináveis planos seqüência e que incomodam um pouco a quem assiste.



Independentemente da notória falta de ousadia, o filme é interessante, tem atuações sempre firmes e convincentes de Bardem e Pitt, tem a exuberância das duas mulheres principais, expõe um dos maiores problemas dos norte americanos, a sua furada fronteira com o México, e recria com requintes de crueldade as mortes que seguem na trilha do crime. A fotografia do polonês Dariusz Wolski (Piratas do Caribe (todos os episódios), Phometeus) consegue passar até certo ponto tranqüilidade, inversamente proporcional ao tema tratado, isso se deve a edição cadenciada e quase documental que Pietro Scalia (JFK, O Pequeno Buda, O Silêncio dos inocentes, Gladiador) que garante ao filme uma narrativa mais lenta do que em outros do mesmo gênero. No filme, O Conselheiro (seu nome não é revelado, ele é interpretado por Fassbender) é um advogado que é tentado a ingressar em um mundo sinistro e perigoso para ganhar dinheiro depressa. Ele logo descobre que uma única decisão ruim pode ter conseqüências chocantes e irreversíveis. Recebe muitos avisos sobre os possíveis perigos de se envolver nesse trato, mas sua arrogância o impede de recuar. Ele se vê em uma situação inteiramente fora do seu controle quando acontece uma série de imprevistos trágicos para ele mesmo e para sua noiva, Laura (interpretada por Penélope Cruz).



O filme tem as assinaturas de McCarthy e Scott no personagem chave (não é o conselheiro!), lembrando muito suas obras durante a vida, tem detalhes fortes (como a morte de Pitt) e deixa a lição final, sempre lembrada durante o filme: você esta pronto para isso? Se estiver, O Conselheiro do Crime é importante para se conhecer um lado diferente do diretor.


 A gente se encontra na semana que vem!

Beijos & queijos


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