Em corrida tranqüila, o inglês retoma o caminho do título e coloca a pressão nas costas de Rosberg

Texto: Eduardo Abbas

A corrida de Monza, no domingo, mais parecia uma briga de classes sociais que um pega entre carros. A elite dominante simplesmente disparou na frente e deixou para os plebeus as brigas, que na verdade, deram sabor à corrida. Mesmo largando mal, Hamilton e Bottas logo se recuperaram e tomaram as posições que lhes era de direito.


No caso de Hamilton, ninguém conseguiria segurar o ímpeto de vitoria que se apoderou do inglês desde a reunião com os chefes na semana retrasada, certo de que a vida iria ficar mais fácil, pois vai brigar só com o companheiro e na pista. Dito e feito, de cara marcou a pole no sábado e no domingo, apesar de largar mal, assim como todos no lado limpo da pista, venceu e convenceu. Tá certo que pareceu uma coisa meio armada, o Rosberg saiu duas vezes no fim da reta, na primeira foi sem problemas, já na segunda lhe custou a vitória. Será que ele errou mesmo?


Pela cara do Totó Wolf logo depois do erro parece que não, a impressão que fica é que, na verdade, foi um jeito meio bandido de deixar o outro passar, afinal o Rosberg ainda lidera com 22 pontos sobre o Lewis, que precisava de uma vitória para levar o campeonato até a última corrida. Fazendo as contas, o inglês ganhando todas e o alemão chegando em segundo, apenas no Brasil Hamilton retoma a ponta com apenas três pontos de vantagem e todos irão pra última corrida brigar pelo título na pista. É louco mas é possível, é armação, mas é legal, porém é imoral e sendo dessa forma, vai existir uma grande pressão no Hamilton pra ganhar e no Rosberg para não chegar.


Quem não tem nada com isso, até porque esta pilotando muito e é o cara da vez é o Valtteri Bottas. O finlandês, assim como Hamilton, também largou muito mal e caiu de terceiro para décimo primeiro, fez uma estupenda corrida de recuperação e voltou para quarto por duas vezes, uma antes e outra depois do pit stop, chegou longe do companheiro de equipe que ficou em terceiro, mas foi o melhor na pista, provando que a cada etapa melhora e muito sua condição de piloto de ponta. Já Massa, que, aliás, quebrou a escrita nessa etapa, passou 1 carro e não atacou nem foi atacado por ninguém, fez a típica corrida para chegar, voltou ao pódio mais de um ano depois do último conquistado, em condições pouco louváveis e mostrando a cada dia que o fim da carreira se aproxima e que a vontade de vencer esta minguando.


Antes da largada, a Williams anunciou que os dois continuam em 2015, acredito que, se assim for, é um péssimo negócio para o finlandês. Será que, pelo novo contrato, ele vai deixar os outros pilotarem em várias sextas-feiras do ano, ou isso acabou? Se acabou, como fica a vida do Felipe Nasr? E da Susie Wolf? Quando vão andar? O carro do Massa entra no rodízio? No caso do Felipe Nasr, que dificilmente vai conquistar o título da GP2 esse ano, ele já deveria estar ajustando o banco titular de um carro, mas não será na Williams, como ficou claro, acho melhor ele e o tio Amir procurarem outra turma menos confusa.


Vou ficando por aqui, não se antes citar a confusão da semana, a até então provável saída do Luca Cordero di Montezemolo da Ferrari e, talvez na seqüência, o Fernando Alonso também procure outro banco. Tudo leva a crer que vai se concretizar em breve, que nomes como o de Ross Brawn e Vettel venham a fazer parte do time no ano que vem. Na verdade, o time de Maranello lembra muito um time de futebol do Brasil que, durante a sua seca de títulos vivia contratando todos os grandes craques que estavam no mercado. Pode ser que a torcida ferrarista sonhe com Ross Brawn e acorde com Flávio Briatore. Na terça eu volto com tudo que acontecer na MotoGP de San Marino.

A gente se encontra na semana que vêm!

Beijos & queijos

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