O novo filme dos dois Robert Ă© uma liĂ§Ă£o de vida em dias tumultuados como os de hoje

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros.

Quando serĂ¡ que o bicho homem vai se relacionar como gente com outros seres humanos? Mesmo tendo o dom da palavra, por que elas nem sempre sĂ£o ouvidas nem entendidas? Entre pais e filhos a coisa ainda Ă© pior, vivemos nosso tempo procurando defeitos e achando que tudo poderia ser diferente, afinal, nĂ£o Ă© a grama do vizinho que Ă© mais verde?


Com um roteiro muito bem amarrado em seus diĂ¡logos, feito por Nick Schenk (que tambĂ©m assina o Ă³timo Gran Torino), estrĂ©ia nessa quinta-feira nos cinemas brasileiros uma das melhores produções que trata desses conflitos interpessoais sob uma Ă³tica geral, nĂ£o toma partido de ninguĂ©m, Ă© vocĂª olhando o jardim da casa ao lado. Em O Juiz (Village Roadshow Pictures, Big Kid Pictures/Team Downey, Warner Bros. Pictures), uma produĂ§Ă£o de US$ 50.000.000 e que jĂ¡ ocupa a terceira colocaĂ§Ă£o nas bilheterias americanas, vamos encontrar um Robert Downey Jr. mais ator e menos herĂ³i.


Com um elenco de primeira linha, capitaneado por ele, o vencedor do Oscar® Robert Duvall por A Força do Carinho, dando uma aula de interpretaĂ§Ă£o do alto de seus 83 anos, a enigmĂ¡tica Vera Farmiga (que atualmente faz sucesso na sĂ©rie de TV Bates Motel), o sempre sensĂ­vel Vincent D’Onofrio (da sĂ©rie de TV Law & Order: Criminal Intent), o tambĂ©m vencedor do Oscar® Billy Bob Thornton por Na Corda Bamba, entre outros atores e atrizes, transformam esse enredo dirigido com muita competĂªncia por David Dobkin (conhecido pela comĂ©dia Penetras Bons de Bico) em uma forma mais humana de se resolver a guerra em famĂ­lia.


No filme, Downey Ă© o advogado de sucesso Hank Palmer, que apĂ³s se distanciar de sua famĂ­lia retorna para a casa na qual nasceu e reencontra seu pai (Duvall), o enĂ©rgico juiz da cidade e tambĂ©m suspeito de um assassinato. Ele decide descobrir a verdade e no processo se reconecta com a famĂ­lia e a vida que havia deixado para trĂ¡s hĂ¡ anos. NĂ£o Ă© um thriller nem Ă© um filme piegas, Ă© sĂ©rio e profundo, traz a tona todos os sentimentos e ressentimentos outrora escondidos.


Com uma cinematografia preocupada com os detalhes, em mais uma obra espetacular do polonĂªs vencedor do Oscar® Janusz Kaminski (A Lista de Schindler, O Resgate do Soldado Ryan) a histĂ³ria Ă© contada com muito cuidado e sensibilidade, as voltas ao passado sĂ£o sempre em textura Super 8 e a valorizaĂ§Ă£o dos grandes cenĂ¡rios fĂ­sicos demonstram uma riqueza na bem cuidada produĂ§Ă£o.


O Juiz Ă© daqueles filmes para levar pra casa depois da sessĂ£o, Ă© obrigatĂ³rio para quem gosta de teatro no cinema, tem interpretações fortes, comoventes e atĂ© engraçadas, as gags inseridas no contexto fazem a gente pensar se nĂ£o seria melhor passar a vida sorrindo ao invĂ©s de brigando. Talvez seja essa a grande liĂ§Ă£o que deverĂ­amos aprender, com os animais.

A gente se encontra na semana que vĂªm!

Beijos & queijos

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