Chega aos cinemas a continuação da trilogia que transformou Mel Gibson em uma estrela

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros.

Não existem meias palavras, o filme é enlouquecedor! Claro que tem toda a nostalgia dos anos 80, quando os carros ainda rodavam com carburadores e turbos mecânicos pelas estradas do mundo, quando o petróleo era motivo de guerras e crises mundiais e que os homens viam no ouro negro a solução para os problemas dos países pobres.


Quem diria que, após 30 anos, o médico formado e cineasta por opção, George Miller, ainda conseguiria impressionar com a releitura de seu primeiro grande sucesso? E o mais espetacular é a mudança a de foco, antes o motivo dos sobreviventes era a gasolina, agora, é a preciosa água.


Em Mad Max: Estrada da Fúria (Village Roadshow Pictures; Warner Bros.) o futuro do homem na terra é visto pelos olhos sempre desconfiados de Max (Tom Hardy já foi o vilão Bane em Batman - O Cavaleiro das trevas Ressurge) que, assombrado por seu turbulento passado, acredita que a melhor maneira de sobreviver é vagar sozinho.


No entanto, ele é levado por um grupo em fuga através de Wasteland em um War Rig (carro de guerra) dirigido por uma Imperatriz de elite chamada Furiosa (vivido pela exuberante Charlize Theron).


Eles estão fugindo de uma cidadela tiranizada por Immortan Joe (onde Hugh Keays-Byrne é resgatado do primeiro filme), que teve algo insubstituível roubado. Enfurecido, o senhor da guerra convoca todas as suas gangues e persegue os rebeldes impiedosamente na estrada de guerra que se segue.


É um filme com uma fotografia impressionante, realizada pelo australiano John Seale (Cidade dos Anjos), onde ele consegue com uma enorme competência realizar uma das melhores “Noites Americanas” do cinema.


Outros pontos chave são a maquiagem e o figurino. As pinturas carregadas e quase sempre exageradas, e os acessórios, às vezes bizarros, às vezes lúdicos como as roupas das esposas, contrastam com o ar desértico onde se realiza a ação.


Mas o que surpreende mesmo é a edição do filme, feita pelos australianos Jason Ballantine e Margaret Sixel. Que é isso meu amigo? Que loucura! Quando assisti tive a impressão de ser puxado para a tela no inicio e depois devolvido para a cadeira quando os créditos começaram a subir. Não dá tempo de respirar nem olhar para os lados.


Já o roteiro é tão louco quanto a realização do longa. Não se trata de uma estória que envolve romance e estudos profundos de relações interpessoais, é ação do começo ao fim, embalada por um rock realizado ao vivo durante a interminável perseguição. Tem momentos engraçados, tensos, não dá pra escolher o mocinho nem o bandido, é tamanho envolvimento na ação que mal dá tempo de tomar água.


Agora, o diretor consegue o impossível: transformar a exuberante Charlize Theron em um ser feio, meio mulher, meio máquina, que rodeada de algumas gostosas na sua fuga alucinada, mais lembra o antigo Max.


Fica a pergunta: e se George Miller tivesse nos anos 80 as mesmas condições que tem hoje para realizar a trilogia? O uso da computação gráfica nas cenas de perseguição (que devem ser 70% do filme) tem ações inesperadas e muito bem realizadas, ainda por cima com a ajuda dos Zettabytes que os servidores fornecem, talvez seus seguidores fosse em maior número.


Olha, já vou avisando, se não gosta do tema, se não assistiu os filmes anteriores ou se viu e não gostou, nem se dê ao trabalho de ir ao cinema, Mad Max: Estrada da Fúria é uma mistura de carros, mulheres, porradas, seres estranhos, violência e rock para quem aprecia.


Mas se nada disso te incomoda e quer ver uma das mais bem realizadas obras do cinema apocalíptico, não perca tempo, tire a bunda da cadeira e corra para a fila, é impossível perder, até porque a vontade de se imaginar uma continuação é forte!


A gente se encontra na semana que vêm!

Beijos e queijos
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