Nas três corridas do fim de semana a competitividade melhorou, mas os vencedores continuam os mesmos

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: f1.com, motogp.com, indycar.com

Anda pra cá, mexe pra lá e a sopa continua com o mesmo gosto, os ingredientes podem até serem orgânicos, mas o sabor ainda é muito artificial. No fim de semana aconteceram as corridas de Fórmula 1, Fórmula Indy e MotoGP, muita disputa nas três, mas os mesmos vencedores continuam dominando com ampla facilidade.


Na Indy, que correu no sábado à noite, aquela corrida lusco fusco que começa com sol e acaba com luz de LED, foi até bem disputada no oval de Phoenix, acontece que a emoção está sempre na troca de pneus e abastecimento. Na pista mesmo, só o Tony Kanaan para dar certa emoção, usa uma tática diferente e é ousado, os outros pilotos praticamente gastam combustível e queimam pneus. A Indy segue um caminho perigoso, todos têm a mesma tática e fazem praticamente as mesmas coisas na pista, isso facilita quem é administrador e velocista, o resultado é sempre Dixon na ponta abrindo caminho pra disputar mais um título.


Já na Fórmula 1, os ditos “especialistas em largada” são sempre os piores na chegada. O que está acontecendo é que foi mudado o sistema de embreagem dos carros para a largada, ficando mais na mão do piloto e menos na eletrônica, alguns já se acostumaram, os outros será uma questão de tempo. O engraçado é que enaltecem alguns cabeça de bagre como se fossem gênios, são aqueles que nunca foram nem nunca serão, andam em equipes falidas que pensam apenas em se manter. A única esperança do Brasil na categoria é o Felipe Nasr, agora a Sauber pode ser incorporada pela Alfa Romeo, quem sabe as coisas não mudam?


No campeonato o Rosberg tem um começo de ano como Hamilton teve nos dois últimos, já começa a colocar vantagem sobre o companheiro e parte para disputar mais consistentemente o título. Acontece que o inglês ainda não acordou, coisa que acredito, deve começar a acontecer quando a categoria chegar à Europa. Lá o Vettel também vai começar a crescer e o campeonato pode ser mais interessante, porque até agora só tem briga no pelotão dos desesperados e dos duros.


A Argentina é mesmo um divisor de águas na MotoGP, tanto que as corridas são sensacionais, disputadas e completamente imprevisíveis. Está claro que a Ducati precisa urgentemente de um piloto de ponta, por isso ofereceram 24 milhões de euros para o Lorenzo por dois anos de contrato, não dá mais para conviver com o que tem, sem bem que o Jorge deve ter ficado tão excitado com tantos números que caiu sozinho durante a prova. É inacreditável a quantidade de merdas que o Iannone e o Dovizioso fazem durante a corrida, eles têm um canhão nas mãos e não conseguem nunca chegar lá.


A batida dos dois, duas curvas antes da chegada, deu ao Valentino, que na mudança de moto acabou se dando muito mal, o segundo lugar e a oportunidade de voltar à briga pelo título. Ele não está bem nesse começo de temporada, mas, e sempre tem um mas, estranhamente a sua segunda motocicleta era infinitamente pior que a primeira. Será sabotagem? Vai saber... Quem não tem nada com isso é o Marquez que venceu com folga e agora lidera o campeonato.


Só as motos voltam para pista este fim de semana, agora em Austin no Texas, espero que a Michelin tenha resolvido o problema dos pneus, afinal de contas, não é novidade que a empresa francesa sempre tem esse mesmo problema quando participa das categorias maiores.


Quem não se lembra do GP DA VERGONHA de 2005 em Indianápolis, quando apenas 6 carros disputaram a prova pois usavam pneus Bridgestone? Os outros todos com Michelin não disputaram, pois a banda de rodagem poderia se soltar durante a corrida e ocasionar acidentes. Esse brinquedo é caro e machuca, acho que os franceses precisam se concentrar mais e na semana que vem eu volto pra contar se isso aconteceu.


Beijos & queijos

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