ApĂ³s um perĂ­odo turbulento, a gigante norte- americana começa a se recuperar no mercado e promete construir mais duas unidades fabris atĂ© o fim da dĂ©cada

Texto: SD&Press Consultoria / Eduardo Abbas
Fotos: SD&Press Consultoria

Os tempos amargos da crise que se abateu na economia brasileira atingiu atĂ© tradicionais e fortes empresas do setor automobilĂ­stico, provocando assim aquilo que Ă© um pesadelo para os executivos: a reestruturaĂ§Ă£o. Com a Cooper Standard nĂ£o foi diferente, a queda nas vendas de automĂ³veis nos Ăºltimos dois anos obrigaram uma das maiores fornecedoras do mundo a procurar soluções de desenvolvimento e renovaĂ§Ă£o do parque industrial para continuar competitiva e alçar novos vĂ´os.


Desde a sua chegada em 1995 no Brasil, a Cooper Standard que Ă© referĂªncia mundial em sistemas de vedaĂ§Ă£o, antivibraĂ§Ă£o e componentes para transferĂªncia de freio e combustĂ­vel para a indĂºstria automotiva, teve no Ăºltimo ano um pequeno respiro em relaĂ§Ă£o ao mercado de automĂ³veis, objetivo principal e concentraĂ§Ă£o total que a empresa tĂªm hoje. Segundo JĂ¼rgen Kneissler, diretor geral da Cooper Standard para a AmĂ©rica do Sul, que assumiu o cargo hĂ¡ menos de dois anos "as mudanças organizacionais foram necessĂ¡rias atĂ© pelo fato da empresa nĂ£o ter aproveitado melhor o programa Inovar Auto, deixando escapar uma oportunidade de ouro".


JĂ¼rgen Kneissler estĂ¡ Ă  frente da Cooper Standard hĂ¡ pouco menos de dois anos, esse alemĂ£o nascido em uma cidade prĂ³xima a Stutgart tem uma relaĂ§Ă£o muito prĂ³xima com o Brasil e com os fabricantes de carros, mas Ă© a primeira vez que atua diretamente com as montadoras. Para ele, o que acontece hoje Ă© reflexo da crise e de outro fatores, segundo JĂ¼rgen, “durante duas dĂ©cadas a empresa colaborou fortemente com o desenvolvimento das regiões em que atua, alĂ©m de ter se consolidado no mercado como um grande player no fornecimento de sistemas de vedaĂ§Ă£o, antivibraĂ§Ă£o e componentes para transferĂªncia de freio e combustĂ­vel para a indĂºstria automotiva. Agora, principalmente por conta do perĂ­odo crĂ­tico de crise, temos como meta construir uma empresa ainda mais forte e preparada para novos desafios”.


A Cooper Standard foi fundada em 1927, na cidade de Deaborn, Michigan, Estados Unidos, estĂ¡ presente em 29 paĂ­ses e tem cerca de 30.000 funcionĂ¡rios no mundo e desde sua chegada ao Brasil Ă© a primeira vez que o HQ fica longe da cidade de Varginha, MG, local da primeira unidade construĂ­da aqui e que atĂ© hoje mantĂ©m a divisĂ£o Sealing alĂ©m da unidade em Camaçari, BA, para a produĂ§Ă£o de peças da divisĂ£o Fuel and Brake e agora mais duas, uma na cidade de Atibaia, SP, local do novo HQ e uma segunda unidade em Varginha.


Hoje ela fornece componentes para quase todas as montadoras brasileiras (apenas uma faz componentes ou importa), sĂ£o guarnições de porta e porta malas, tubos de freio e combustĂ­vel que representam mais de 30.000.000 de peças produzidas anualmente e tambĂ©m Ă© pioneira na tecnologia em termoplĂ¡sticos, tĂ©cnica que possibilita que as aplicações de vedaĂ§Ă£o em plĂ¡stico sejam mais eficientes, ecolĂ³gicas e funcionais. Perguntei ao CEO JĂ¼rgen Kneissler se a empresa, que usa materiais a base de petrĂ³leo, tambĂ©m fornece componente de outras matrizes, como o plĂ¡stico feito com a base da cana de aĂ§Ăºcar. Segundo ele, "nĂ³s tambĂ©m produzimos com esse tipo de matĂ©ria prima, mas devido a pequena quantidade utilizada pela indĂºstria torna-se caro, se as montadoras procurassem uma maior quantidade desse tipo de produto, o preço de produĂ§Ă£o seria competitivo, mas nĂ³s jĂ¡ temos a tecnologia e a maneira de produzir".


Este ano promete ser uma mudança de rumos e crescimento para a empresa mundialmente, ela deve adquirir uma concorrente nos prĂ³ximos meses e aumentar seu patrimĂ´nio e consequentemente a participaĂ§Ă£o no mercado global. JĂ¡ no Brasil, a Cooper Standard fez a liĂ§Ă£o de casa, investiu em qualidade, renovou parte do parque industrial com a importaĂ§Ă£o de novas mĂ¡quinas e jĂ¡ projeta duas novas unidades industriais, uma no sul do paĂ­s atĂ© o fim de 2018 e outra no nordeste atĂ© 2020. É um mercado que nĂ£o Ă© fĂ¡cil de ser entendido e dominado, mas a Cooper Standard tem aquela vontade tĂ­pica dos grandes vencedores, o trabalho sĂ©rio e honesto sempre gera frutos que, invariavelmente, sĂ£o muito doces.