Um filme que é a cara de
Hollywood, um tema forte de soluções drásticas, uma reunião de atores e atrizes
dando um show
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Fox Film do Brasil
Certamente a corrida espacial foi
um dos maiores tentos que homens e mulheres norte-americanos lavraram contra os
soviéticos, significou um enorme passo na evolução da nossa espécie tanto na
ciência e tecnologia quanto na relação interpessoal entre homens e mulheres, de
qualquer raça ou etnia.
Era muito difícil imaginar que o
país mais democrático e igualitário do mundo sofresse na metade do século XX
com uma brutal discriminação racial, principalmente em centros de inteligência como a NASA
e, principalmente como as pessoas eram obtusas em torno de temas que fugiam a
seus olhos, não dá para imaginar, mesmo nos dias de hoje, que os responsáveis
por levar o homem à Lua ainda se preocupavam com idiotices e impunham
preconceitos e situações vexatórias só pela cor da pele.
Estreou na semana passada no
Brasil um filme forte, baseado em fatos reais, que não esconde a vergonha
alheia de uma nação que teve principalmente nos negros a grande ajuda para chegar onde estão
hoje. Estrelas Além do Tempo (Fox 2000 Pictures,
Chernin Entertainment, Levantine Films, TSG
Entertainment, Fox Film do Brasil) é uma dessas
obras que coincidentemente aparecem na nossa vida em momentos como o que vive o
povo americano, com um novo presidente cheio de preconceitos e que adora uma
ditadura.
Escrito, produzido e dirigido por
Theodore
Melfi que é lembrado pela produção Um Santo Vizinho, conta a história
incrível de Katherine Johnson (Taraji P. Henson de O
Intruso, O Curioso Caso de Benjamin Button),
Dorothy
Vaughn (a sempre espetacular Octavia Spencer de Histórias
Cruzadas) e Mary Jackson (onde a cantora Janelle
Monáe da um show sem soltar a voz) elas são brilhantes mulheres
afro-americanas que trabalharam na NASA e foram os cérebros por trás de
uma das maiores operações da História: o lançamento em órbita do astronauta John
Glenn, uma conquista fantástica que restaurou a confiança do país, mudou a Corrida Espacial e o mundo.
O destaque é a atuação precisa de
Kevin
Costner (Dança com Lobos, Campo dos Sonhos), ele
interpreta Al Harrison, diretor do Grupo de Trabalho Espacial que com
suas ações mudou a relação interna da agencia espacial. É dele a frase mais
impactante: “aqui na NASA todos fazem xixi da mesma cor!” um divisor na relação entre
todos aqueles que se dedicaram duramente na conquista da Lua, ele não foi indicado ao Oscar®
de coadjuvante, algo que certamente seria merecido.
A América hoje vive um retrocesso
em termos sociais, o atual presidente é um cara preconceituoso e cheio de
manias estranhas e o filme Estrelas Além do Tempo chega
em um momento chave da história contemporânea, lembrar as atrocidades que
minorias sofreram em favor de poderosos é sempre de bom tom. Melhor não perder,
essa produção acirra muito a disputa pela estatueta de filme do ano, tem
todos os elementos que fizeram e fazem a América grande e poderosa e, principalmente,
coloca novamente Hollywood no centro das discussões pelos diretos e liberdade
que tanto os americanos gostam de propagar pelo mundo.
A gente se encontra na semana que vêm!
Beijos & queijos
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