A montadora coreana entra de sola
no mercado dos compactos rápidos, econômicos e com preço justo
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Hyundai
Todo torcedor sabe que o sucesso
de um time está diretamente ligado à escalação que o técnico faz. Saber colocar
as peças certas nos lugares corretos, aproveitando suas melhores
características, sempre resulta em vitórias e conquistas. No mundo dos negócios
automotivos essa máxima vale, saber posicionar um novo produto no mercado,
encarando seus adversários de frente e sempre tendo um craque jogando pelo time
conseqüentemente vai trazer doces frutos no futuro.
A pergunta que não quer calar e
que fui convidado para saber a resposta é:
- O que mais falta para o HB20 se tornar mais cobiçado do que já é?
Vou dividir a resposta em três
partes:
- A impressionante aceitação do modelo junto ao mercado, um carro moderno, bonito e cheio de tecnologia que tem no coração um motor de 3 cilindros que forçou as outras montadoras a seguir o mesmo caminho;
- A oferta de duas carrocerias, Hatch e Sedã, que além do propulsor 1.0 tem também a opção pelo 1.6, 6 configurações de acabamento e equipamentos, dois tipos de transmissão (manual e automática);
- Entre a versão de entrada e a top de linha, faltava uma opção intermediaria de motor, aí meu amigo, chegou o turbo!
Desenvolvido na fabrica da Coréia
somente para o mercado brasileiro, eis que surge o novíssimo KAPPA 1.0 TURBO FLEX, o primeiro turbo com tecnologia
flex da Hyundai no mundo, que
assim como na versão aspirada
têm 3 cilindros em linha, 12 válvulas, e bloco e cabeçote em alumínio. O novo
propulsor traz turbocompressor de geometria fixa, com baixa inércia e turbina
de apenas 34 mm
de diâmetro, que trabalha a 230.000 rpm e 1,9 bar.
A turbina está fixada diretamente no cabeçote do motor, o que
diminui o tempo de enchimento do turbocompressor (turbo lag), usa intercooler
tipo ar-ar de alta eficiência, um filtro de ar maior, aumento do sistema de
alimentação de combustível (3,5 para 3,8 bar), bicos injetores com 10 furos e novos
coxins de fixação, um câmbio manual de 6 marchas e só.
Sabe o que isso significa na pratica? HB20 1.0 Turbo é 31% mais potente e tem 47% mais torque quando
comparado ao HB20 1.0 aspirado. A
velocidade máxima passa para 182
km/h para o hatch, acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos
(23% mais rápida) e faz retomadas mais curtas, o sedã passa a 183 km/h de velocidade
máxima. O motor, que segue o conceito de downsizing, garante desempenho
equivalente a motores maiores (1.4, 1.5, em alguns casos 1.6) com consumo de
combustível menor.
Não houve nenhuma mudança estrutural, suspensão, freios,
rodas, pneus e demais itens são os mesmos dos outros modelos que foram lançados
no ano passado e que você pode ler aqui,
é como tirar um motor e colocar outro no lugar, simplicidade e eficiência na
montagem. A única diferença e que marca o novo propulsor nos carros é a palavra
“TURBO” que está na tampa traseira.
Da teoria fomos para a prática, e o palco não poderia ser
melhor, o Autódromo José Carlos Pace, Interlagos para os íntimos. A pista que
recebe a Fórmula 1 no Brasil é a mais bem cuidada e tem o melhor asfalto dos
autódromos por aqui, portanto, o teste vai valer muito a pena.
Para testar o novo modelo, a montadora nos instruiu a dar 3
voltas na pista, claro que não em sistema de corrida, havia em alguns pontos
cones que limitavam o ímpeto de jornalistas menos familiarizados com o traçado.
Esses cones também tinham como função testar a agilidade do modelo (reta dos
boxes), a frenagem em um curto espaço (fim da reta oposta) e a retomada de
velocidade (subida do café). Optei por usar o modelo hatch, gosto do estilo e
acredito ser mais firme em circuitos sinuosos como Interlagos.
Na parte mista da pista deu para perceber que nas saídas de
curvas a resposta do motor é imediata e muito, mas muito mais suaves e rápidas.
O bloqueio no Café obrigava o motorista a reduzir drasticamente as marchas e retomar
a velocidade conseguida na junção.
A retomada é rápida e ele logo atinge a velocidade de 130 km/h muito antes da
entrada dos boxes (partindo de 30
km/h ), mas logo vem a freada que antecede o “S” do Senna, forçando a redução de
marchas e a posição para a tangência correta. Tanto para ganhar velocidade
quanto para diminuir usando o freio motor, o conjunto mecânico se comporta com
muita segurança e sem exageros nas rápidas reduções.
No ponto de reta plana do circuito, consegui retomar parte da
velocidade perdida no bloqueio e no “S”,
as trocas mais rápidas e a potencia despejada no HB20 1.0 Turbo me levou rapidamente à marca de 140 km/h , pouco antes do
segundo bloqueio, que servia apenas para uma rápida redução de um slalon curto
e a tomada para a curva da descida do lago.
O carro se manteve firme e estável e na volta ao setor misto,
mesmo atacando as zebras com cuidado, dá pra sentir que ele pede mais, que se
pode chegar um pouco além do limite, em termos de estabilidade e de força de
motor.
O HB20 1.0 Turbo
tem um conceito diferente de outros modelos turbinados, a sua tocada é mais
macia sem deixar de ser eficiente, é um carro que vai brigar na faixa dos
modelos de motores intermediários entre 1.0 e 1.6.
Sua opção vai ser apenas nas versões Confort Plus e Confort Style,
o preço sugerido é de R$ 47. 445 (hatch
Plus), R$ 51.595 (hatch Style), R$ 51.595 (sedã Plus), R$ 55.225 (sedã Style) e agora, a mágica:
a diferença de preço entre o 1.0 normal e o 1.0 turbo é de R$ 3.700 em qualquer modelo. Ele
chega com 5 anos de garantia, vai estar nas 200 concessionárias da rede a
partir do dia 26 de abril apenas com câmbio manual e continuar fazendo a
alegria da torcida pelos coreanos, afinal de contas o que vale é bola na rede e
essa pelo jeito, estufou.
Fichas Técnicas
HB20 Turbo Hatch
HB20S Turbo Sedã
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